Projeto Vidão #7 | A última primeira vez...
No primeiro ano de um luto tem muitas primeiras vezes pra quem tá passando. Os primeiros momentos marcantes sem a pessoa. Semana passada, pra mim foi a última primeira vez. Refleti sobre isso.
Ufa, foi! Passei pelo primeiro ano!
Dia 30/10/2023 fez um ano que a minha mãe faleceu. 2022 realmente foi o pior ano de toda a minha vida. Foi engraçado ver tanta gente relembrando a comemoração da eleição do Lula. Eu nem me lembro direito do dia. Confesso que esse foi um dia de duplo alívio, minha mãe sem sofrer e o Lula eleito. ❤️
A mais pura verdade é que fiquei bem na merda vários dias dessa semana, pique de não conseguir trabalhar e mesmo quando trabalhei foi complemente desfocada, a news da semana passada foi bem isso. Pra mim foi muito louco, porque em vários momentos eu só parava e chorava. Muitas memórias, lembranças, dores vieram a tona. Dormi, 8 meses, no quarto ao lado da minha mãe morrendo. Cuidar de um paciente paliativo não é nada fácil, não desejo o que passei pra ninguém.
Mas confesso também que tô muito feliz de tudo que construí até aqui. Um orgulho comigo mesma. Perdi um alicerce. Uma grande companheira da vida toda. Eu e ela sabíamos que havíamos nos escolhido. É difícil substituir alguém tão importante na vida. Mas a verdade é, que nesse caso, descobri que existem pessoas insubstituíveis, minha mãe é uma delas. Mas como suprir essa falta? Eu to aprendendo exatamente isso.




Bem, eu dei a sorte que a minha amigona, Michelly Rossi veio pro Rio bem no período e só me pediu uma coisa: “Só quero ir no domingo no Cacique de Ramos!”. Véspera do dia, respirei fundo e fiz algo que ela iria adorar estar junto. Almoçamos no Velho Adonis, melhor lugar do Rio pra comer polvo e depois chegamos cedo no Cacique, estacionamos nossos Opalas numa mesa estratégica para acesso ao bar e ao banheiro, nos divertimos a valer na Rua Uranos. É impossível ser infeliz naquele lugar.
Gastamos todo nosso carisma nesse dia de domingo do puro suco do Rio. A segunda-feira que eu tava de folga foi só ressaca, lagrimas e o filé à francesa do Meu Cantão, que é melhor que muita gente. Inclusive já falei dessa clássica guarnição de churrasco carioca que apresentei pra Mia. Comer nesse lugar nesse dia também me lembra a minha mãe, ressacas idem.
A verdade é que o luto é bem isso aqui, ó!
Sobre a dieta e hábitos, bem, ficou tudo cagado. Esse monte de feriado também não ajuda, né?! Eu queria muito conseguir manter regra no feriado, vira tudo uma grande exceção. Se liga: no dia 02 foi aniversário de uma das minhas amigas mais antigas, a Roberta. Feijoada e cerveja até deus sabe que horas. Tenho maturidade pra beber pouco e comer pouco? Não!
Acordei na sexta, de ressaca e menstruada, vocês imaginam o bom humor? Carisma zero, era capaz de morder alguém. Fiquei trancada em casa. Benção a emenda do feriados. Inclusive, é o segundo mês que minha menstruação desce mais cedo, desde que comecei com esse tratamento e acompanhamento médico que meu ciclo veio 21 dias e essa vez foi naquele pique ficar deitada o dia todo morrendo de cólica. UÓ!
Já no sábado teve o inferno da Libertadores aqui no Maracanã. ODEIO HÉTEROOOOOO! Me tranquei em casa de novo porque parecia que o apocalipse zumbi tava passando, fiquei assistindo Drag Race Brasil e RuPaul's Drag Race S14. Penteando peruca e pedindo pra Santa Cher vir me buscar.
Domingo, saí do sarcófago com convite de almoço com meus amigos queridos, Leo e Thauan, me tiraram de casa e me colocaram na casa deles pra comer uma comida. Eu levei bibida e o entretenimento contando fofoca que é disso que nóis gosta.
Bem, tudo isso pra dizer, que todo mundo está com suas batalhas, seus BOs, seus surtos, suas ansiedades, suas dores. Pra mim a gente ainda nem entendeu os impactos de tudo que passamos de 2020 pra cá. Uns mais, outros menos. Mas se dê o direito de sofrer, de exagerar, de chorar, de descansar, de sumir, de não responder no zap inclusive. Sair um tico desse piloto automático foi bom. TÁ TUDO BEM QUE NÃO TÁ TUDO BEM, CARAIO!
E que fique claro, nessas últimas semana to enxergando as coisas sobre uma nova perspectivas. Inclusive, maior tempo escrevendo em sequência desde que comecei aqui no Substack. Obrigada pela taxa de abertura altíssima e um monte de assinantes novos. To curtindo o compromisso, os comentários, os emails.
Então, fique bem, se cuide como puder. Ninguém tá bem nessa merda toda.
Dicas da tia temática > pra quando tiver na merda:
Leia Rayane Leão;
Não se culpa por nada, faça o que você pode com o pouco que você tiver;
Seja sincero com as pessoas;
Não se sinta obrigado a compartilhar as coisas e muito menos culpa por compartilhar. Desde o começo essa loucura toda expor essas coisas foi muito importante. Alguns momentos nas redes, mas o mais íntimo só pros mais chegados. Fui criticada por algumas pessoas, mas esse foi o único jeito que eu achei de falar, durante um bom tempo não queria ver ninguém, porque eu só chorava;
Tenha pessoas por perto, só se abra com quem a energia bate;
Se não tiver afim de ir, não vá. Fale que você não está bem. Quem é seu amigo mermo não vai dar piti.
O seu sofrimento é sobre você, foda-se todo mundo, é seu momento. Tenha sempre o bom senso de não fazer com uzoto o que você não queria que fizessem cutigo, hein?! É sobre você, mas educação!
Se puder, faça terapia, é importante. #tbt de trauma, sabe?! Kkkkkk;
Coma comidas gostosas, come com vontade, tesão;
Chore embaixo do chuveiro;
Faça um exercício. Eu não fui no meu melhor empenho essa semana, mas foi, rolou pilates meia bomba e bike mequetrefe;
Beba, às vezes, igual a um Opala. Tava há um tempo sem beber tanto como bebi nos últimos dias, benzadeusa;
Beba bastante água, mantenha-se hidratado pelo menos.
É isso. Tenha forças é qualquer coisa faz a Glorinha: “Prefiro não opinar!”.
Beijo tchau!