Gole d'água #16 | Trégua Cozinha | Open bar de salivação
Uma das coisas que mais me pira em comida, é como ela age nas minhas papilas gustativas e o quanto salivo. O Trégua é salivação da hora que você entra no salão, até algumas horas depois.
Desde que voltei pro Rio, escuto sobre esse lugar. Casa que antes foi um bom restaurante tailandês em plena Rua das Laranjeiras, agora abriga um restaurante mais acessível (dentro de uma janela de privilégio) de um restaurante de alta gastronomia.
Em 2018, quando fiz uma análise profunda sobre o Guia Michelin e o rolê das estrelas (pra quem nunca leu, vale demais, porque aprofundo na história, critérios e tem alguns causos). Nessa pesquisa, fica muito claro que sustentar um restaurante de alta gastronomia é quase uma missão impossível. Altos custos e níveis de exigências acabam com a saúde mental de quem trabalha e só dá prejuízo. Desde então, fico pensando em como um restaurante de alta gastronomia sobrevive? No Trégua eu pensei: aqui temos um modelo, hein?!
Pelo tamanho do espaço, pelo que vi, não tem cozinha de preparo, no máximo um depósito que fica num mezanino que abre com uma escada que fica em cima do caixa. Cardápio enxutíssimo, produtos sazonais (lembre-se o que está na época está em abundância, ou seja o preço fica mais barato), no próprio salão você vê cebolas, alhos e legumes que parecem até enfeite, mas na verdade é dispensa mesmo.
No cardápio, verdade é que não existe a clássica divisão entre entrada, principal e sobremesa. Tem apenas uma parte dos ingredientes e zero descrição. Mas, como a cozinha é aberta, dá pra ver que além do fogão, eles tem uma belíssima Kamado (um tipo de churrasqueira de cerâmica) na bancada. Curiosidade que descobri depois, a casa é tocada por um casal, a Ana Paula Souza e Victor Lima. A própria Ana quem explicou pra gente tudo. Ela ia descrevendo os pratos e, (minha amiga) Julinha e eu quase falamos: 1 de cada, por favor.
Começamos com um queijo, óbvio que brasileiro (qualquer dia solto a Diluída sobre os queijos do Brasil, que to há meses escrevendo) e) no caso, foi o Benzinho da Belafazenda de Bofete, SP. Escolhi por conta do nome, kkkkkk. Mas tava maravilhoso, feito de leite de vaca, molinho, com mofo branco envolta e ainda veio com um pão quentinho.
Depois embalamos, pedindo tudo pra gente compartilhar. O pão com tomate era simples, mas tinha um um sabor muito incrível, pois passava pela churrasqueira. A berinjela foi uma das mais gostosas que já comi. A lula e filé mignon de porco chegaram no ponto certo, com um caldo que dava pra passar na cara. A gente ganhou mesmo foi um pãozinho pra chuchar. Rs.
Eu geralmente não ligo, mas preciso dar o devido destaque pra sobremesa. CARAIO QUE DELÍCIA! Comendo, descobri que caqui e manjericão foram feitos um pro outro. Era crocante, cremoso, refrescante, fresco. Não sei nem como descrever a minha alegria de ver essa fruta, que ninguém nunca olha no menu e numa sobremesa tão gostosa. Tá na época do caqui, tá?
Cheguei em casa e ainda estava com o gosto da comida na boca. Os intensos sabores são persistentes. Eu só tenho uma coisa a dizer: passa a mão no telefone, reserve uma mesa ou um lugar no balcão (eu amei ficar vendo tudo) e dê uma trégua pra você. Vale muito!
Dica: no almoço eles servem menu (entrada + principal + sobremesa) e no jantar é pra pedir cada prato e ir dividindo tudo como eu fiz.
Como conhecer?
Trégua Cozinha (@tregua.cozinha)
Rua das Laranjeiras, 371 – Laranjeiras, Rio de Janeiro – RJ
Tel.: (21) 3149-2633 - Ligue e reserve.
Horário de funcionamento: quarta a sábado, das 12h às 15h30 e das 19h30 às 22h;