Gole d’água #13 | A procura da batida perfeita
No calor do Rio, nada melhor do que uma batidinha, não?! Vem que eu te conto um pouco mais dessa tradição dos melhores bares da cidade maravilhosa.
Depois de um tempo sem aparecer por aqui, estou tentando voltar a ativa e escrever aqui pra vocês. Esse ano de 2022 pra mim foi o mais desafiador da vida. Daqueles anos que toda vez que lembrar meus olhos vão encher d'água. Só que no meu processo, estou decidida a ressignificar tudo que aconteceu, principalmente a ausência da minha mãe. Por isso, vou trazer algumas das coisas que aprendi com ela, ao longo de muitos anos de companheirismo.
Minha mãe amava tomar batida no bar junto com a cervejinha, ela pedia: “Tem leitinho?” ou “Dinha! Vamo tomar um leitinho?”, sempre a fala vinha acompanhada de uma gargalhada. Rs. Nisso, desde de sempre eu tomo batida em bares.
Mas venhamos e convenhamos, o Rio é uma cidade quente, tem um sol pra cada um e ainda chegou o segundo sol da Cassia Eller. Quando tá assim, não adianta, a cerveja vai fica quente (me recuso a ter um copo de Farialimer). Por isso, acho a batida uma ótima solução, pois sempre peço um copo com gelo e vou bebendo. A Batida geladinha desce muitooo perfeita, (aprendi com a rainha Michelly Rossi a beber assim).
Mas você sabe como surgiu a batida?
Diz-se por aí, que as batidas surgiram nos anos 60 e se popularizaram nos anos 70 junto com a massificação dos liquidificadores (daí o seu nome). Lembre-se a tradução de Milkshake é batido. Fazendo uma conexão com outro fato da indústria alimentícia da época, também no mesmo período, a Nestlé estava com sua estratégia de transformar o Leite Moça como a grande base de receitas brasileiras (deixo aqui a matéria do maravilhoso O Joio e o Trigo sobre isso). E cá entre nós, somada a cachacinha e a nossa abundância de frutas, tá pronto, né?!
Segundo uma galera que gosta de cagar regra, batida é um tipo de coquetel que vai no liquidificador. Por que tecnicamente por definição, coquetel é a mistura de 3 componentes ou mais tendo uma base alcóolica. Então, vamos deixar esse preconceito de lado e vamo por batida no bar? Numa das matérias que li pra escrever, disseram que sumiu das cartas porque o paladar evoluiu?! Eu mereço, né?! Mas pelo amor de dadá, BATIDA É PRA SER BARATINHO, TÁ?! Não inventa um troço caro cheio de firulinhas, ingredientes caríssimos e assim vai.
Para ser sincera, a Michelly Rossi que me fez voltar a curtir batidas, toda vez que marcamos de fica bebericando em casa, ela faz umas batidas perfeitas. Assim é só colocar gelinho e beber sem ter que ficar batendo coqueteleira. Segundo ela, a batida quando bem feita não perde nada pra um coquetel elaborado (uma rainha acessível, né mores?!). Ela faz uma de maracujibre que é um SONHO.
Tá, Liana, chega de papinho, vamo ao que interessa!
Um vício dessa carioca
Desde que voltei pro Rio venho tomando as batidinhas dos bares da cidade. Sim, a maioria dos bares tem batidas, os sabores mais comuns são: coco, maracujá e gengibre. Cada um faz a sua receita, coloca nas garrafinhas e vende pra freguesia bemmmm geladinha. Eu amo. Alguns do que bebi nessa temporada:
Bar do Momo (coco, maracujá)
Bar do Bode Cheiroso (coco, maracujá)
Bar Madrid (maracujá)
Bar da Gema (amendoim)
Bar do Omar (maracujá)
Bar Gato de Botas (coco, maracujá)
Pavão Azul (coco)
Bar do Gengibre (coco)
O Patrício (coco)
Bem, é isso. Seguimos o baile. Enchendo o bucho e tomando bebida gelada. O verão chegou e o buço suado não sai mais dessa cara!
Fontes:
Peguei algumas infos dessa matéria aqui, mas fazia tempo que não lia uma matéria tão preconceituosa com as bebidas brasileiras. Que desserviço Difford Guide, Marcelo Sant’Iago e Cachaça Yaguara.
https://www.papodebar.com/drink-coquetel-e-batida-diferencas/