Diluída #2 | Mudanças são necessárias
Essa foi a primeira diluída enviada em janeiro de 2021. Nela trouxe questionamentos sobre as mudanças que rolaram e rolam na minha vida.
Olá, diluides! Tudo bem?
Feliz ano novo! Como foi de festas? Eu fiquei isoladinha no meu pedacinho de chão em Teresópolis. Sei que prometi muita coisa e não cumpri em relação a essa newsletter, mas vamos combinar entre nós que 2020 não foi o ano fácil, não é mesmo, meus amô?!
Eu precisei me adaptar, minha vida mudou completamente desde o primeiro envio. Confesso que criei isso aqui como uma aposta, uma vez que naquele momento havia perdido todos os meus trabalhos e precisava achar um espaço que pudesse botar pra fora essa minha criatividade. Mas como a vida é cheia de plot twists com nos melhores roteiros da Shonda Rhimes, na minha não foi diferente.
Com o caos lá fora e todas as mudanças eu precisei canalizar a minha criatividade pra fazer fluir. E não é que fluiu? Então, essa diluída vai falar um pouco dessa jornada de adaptação que eu passei e tentar entender se estamos todos juntos nessa.
Senta que lá vem fofoca.
Cê tá trabalhando no que?
Eu agora coordeno área de conteúdo dentro de uma agência de publicidade.
Tá lendo?
Um defeito de cor da Ana Maria Gonçalves e Mitologia dos orixás Livro do Reginaldo Prandi. Dois tijolos. rs.
Assistiu algo bom?
Amar/Elo do Emicida e segunda temporada Pose.
Qual música no repeat?
Rainha da Favela da Ludmila.
O que cozinhei ou comi?
Fim de ano, né mores?! Já sou responsável por uns itens da ceia, tipo rabanada. <3
O que bibi?
Vim pra Teresópolis abastecida de espumantes da Família Geisse, são MARA!
Passa um café gostoso, pega uns lanchos e vem comigo!
Nunca foi sorte, sempre foi macumba
2020 me fez desacreditar no fator sorte, não por achar pretensiosamente que ela não existe. Mas sim, porque acredito que as coisas acontecem pra uns ou pra outros não por sorte, mas pela lei da física mesmo. Quem diria, né?! A pessoa de humanas citando física uma hora dessas.
Segundo a terceira lei de Newton, conhecida como lei da ação e reação, afirma que, para toda força de ação que é aplicada a um corpo, surge uma força de reação em um corpo diferente. Essa força de reação tem a mesma intensidade da força de ação e atua na mesma direção, mas com sentido oposto.
Ou seja, faça por onde, você recebe aquilo que emana. Eu confesso que nessas minhas ações também estão questões intangíveis, como a macumba. O caminho do bem e da busca por ser melhor, pra mim, cada vez mais o que construo como pessoa é mais importante do que contar com a sorte.
To falando sobre isso, pois no momento que escrevi a primeira news, estava bem no desespero. Todos os trabalhos caindo, ou reduzindo muito, vi minha renda cair nos primeiros meses da pandemia em 1/4. Não tinha mais como sustentar minha vida em São Paulo e estava começando a entender como faria para me manter. Tenho o privilégio de ter sempre a opção de voltar pra casa, pro Rio, pro colinho de mãe.
Mas o maior ensinamento que tive foi me despir dos meus egos e me agarrar ao primeiro trabalho que apareceu e ele foi um freela, pra cuidar do vale de alecrins dourados de uma marca de chocolates que na pandemia teve todas as suas lojas fechadas e o e-commerce foi criado da noite por dia. Quem trabalha com internet sabe que essa é uma operação difícil e sensível, ainda mais quando falamos de produtos de alta perecibilidade. Entrei no caos, mas focada em resolver todos os BOs.
Fazer um tipo de trabalho que não faria normalmente me trouxe uma certeza: trabalho é trabalho. E não importa, se vai pagar os boletos, se joga. E assim, as coisas foram acontecendo, o freela virou um contrato fixo que me proporcionou a jornada mais louca dessa história toda: morar sozinha e ter um time. Algumas dessas coisas que estavam nos meus planos, mas que nunca pensei que faria em 2020 e muito menos depois de tantos anos de freela achei que fosse fazer o que to fazendo.
Adapte-se, mas não se perca de você
Bom, assim que confirmei que o trabalho seria fixo, fiquei feliz pra caralha e pensei: "Nossa, que alívio, agora vou ter paz." Mas a vida ensina que paz e felicidade é temporário mesmo. Em pouco tempo, a dona do apartamento que eu dividia meu pediu pra sair. Como aprendi que a gente só deve permanecer onde querem que a gente esteja, em uma semana arrumei minha coisas e fui pra casa de uma amiga colocar a minha cabeça no lugar e pensar no que fazer.
Esse pensar, me fez encontrar que tava mais que na hora de morar sozinha. Mas, para dar esse passo, voltei pra casa, fiquei no Rio umas boas semanas com a minha família. Afinal, eles são sempre meu maior colo. Então, fechei um apê, no bairro que eu gosto, pensei no que precisava comprar pra morar em paz e fui as compras. Rs. Essa estrutura familiar também me proporcionou comprar algumas coisas. Não tenho palavras pra agradecer tamanho apoio, principalmente emocional.
Então, voltei pra São Paulo, me mudando pra uma casa só minha, vazia, dormi no chão um tempo, entre caixas e sonhos fui montando ali meu infinito particular rodeada de plantas.
Mas a verdade, é que nesse processo da pandemia todo mundo mudou sua relação com as suas casas. Vendas de eletrodomésticos, coisas que precisavam ser consertadas, móveis novos, utensílios. Mas nessa mudança de relações precisamos entender que é a nossa relação com o espaço que muda. As necessidades de quem está o dia todo dentro de casa é completamente diferente e quem antes só entrava pra dormir e saía cedo. Por isso, andei lendo e ouvindo algumas coisas sobre isso. Bora?


Em relação a mim e a minha casa, virei um belíssima mãe de planta e decidi que cuidaria de tudo sozinha. Então, foram dias de faxina ao som de pagode, almoços com poucos amigos do meu grupo de contágio e descobri que sou uma grande colecionadora de quadros que não emolduro nunca. Rs. Mas 2021 já aponta pra mais mudanças que vou dividir a jornada com vocês.
Você tem fome de que?
O meu intenso mergulho na cozinha ficou ainda mais forte com o fato de morar sozinha e prinicipalmente equipar a casa. Foi tipo: "Caraio, o que eu compro agora?" Apesar de já ter muitas coisas, eu não tinha panelas, louças, copos e tantas outras coisas, como fogão.
Mergulhar nesse universo foi engraçado, mas nada foi mais divertido que as panelas. Rs. Resolvi abrir uma enquete no Instagram da @aguanofeijao e descobri que todo mundo tem uma opinião para dar sobre isso. Foram vários stories com diversas respostas diferente sobre tipos, tamanhos e erros que todos já cometemos na hora de escolher esse utensílio tão básico, mas tão cheio de variações. A verdade é que eu escolhi no final das contas um mix que junta utilidade e preço. To pensando se faço um vídeo ou não com uma tour pelas escolhas. Rs. Será que boto minha cara na sol?
Uma outra coisa bem gostosa dessa história toda foi a reconexão com a feira livre de rua. A do lado de casa aos domingos é um luxo. Barraca de orgânicos com bons preços, goma de tapioca, ovos, queijos e manteiga mineira caipira legítima. Fora a família de baianos maravilhosos que tem três barracas que vendem várias coisas e são umas fofuras. Mas o melhor de tudo isso, foi que minha amiga, Irina Cordeiro, foi quem me apresentou essa galera toda. Como isso fez diferença, não só na minha relação com essas pessoas, mas como também na relação com a comida. Por isso, tenho compartilhado esse conhecimento sobre a feira com mais e mais pessoas. Seja sempre vetor de novas relações com o alimento.
Nessa jornada de cozinhar, sempre gostei de fazer coisas pra mim. Sempre fui minha cobaia. Rs. Olhando o report do Think with Google sobre a mudança no consumo de alimentos e o report do Google Trends sobre pesquisa de 2020. A autonomia culinária brilhou nesse 2020, o grande hit da estação foi o pão, coisa que eu ainda não me arrisquei a fazer, mas um dia me jogo nisso. Mas a certeza que temos é que não somos mais os mesmos e pra quase todo mundo a relação com a alimentação mudou. Pra você rolou isso ou eu to viajando? Responde pra mim o que mudou nessa sua relação!
Empreender é minha forma de vida
Bom, decidi criar mais uma sessão. Rs. As editorias a cada edição vão variar. Empreender e ter a noção que tenho de negócio nos últimos anos me ajudou bastante a passar por tudo isso.
Acho que tem muita gente por aqui que não conhece minha trajetória profissional, outros já me acompanham há um tempo. Mas desde junho de 2012 eu não tenho emprego, apesar de ter contratos fixos e anuais, mas a segurança da CLT não existe mais. Nessa jornada, entre falir duas vezes (dever uma grana no banco) e tomar pernada de sócio, aprendi que o meu compromisso é só comigo. Há alguns anos tenho meu MEI que esse ano virou ME. Oficialmente, Água no Feijão é o nome fantasia da minha empresa, ou seja, isso aqui é uma corporação, um conglomerado da minha euquipe. rs. Confesso que emito nota com maior orgulho. Um dia conto aqui como criei esse nome, assim que fechar os novos rumos que quero dar a tudo isso. <3
Mas, ao longo de todos esses anos e a montanha-russa que é ser dona do seu negócio quero dividir com vocês uns aprendizados que carrego pra tudo:
Nunca descuide do seu financeiro. Quem já teve dívidas sabe bem como é.
O Governo é o seu sócio que não faz porra nenhuma, só fode a sua vida e tá sempre lá no dia marcado pra receber a sua parte. Pague e lide logo com isso.
Se for escolher sócios faça um contrato, deixe tudo as claras e com contrato, mesmos que esses sejam seus familiares ou amigos de longa data (eu sou traumatizada e não quero mais).
Esse é o mais importante: NENHUM CNPJ VALE UM AVC, NEM MESMO O SEU! Tenha isso como mantra. Confesso que tenho vontade de tatuar essa frase.
O que você vai fazer quando tudo isso acabar?
Acho que lá na primeira edição, em maio, a gente não tinha noção de todo tempo e das proporções que tudo isso ia tomar, não é mesmo?! Eu mesmo fico me perguntando quando eu vou poder me juntar com os amigos e sair lambendo todo mundo. Sim, queridos. Eu vou lamber vocês. Fato!
A real é que os impactos dessa doença e as nossas perspectivas de vacina dentro de um país que tá tornando essa questão política e não de saúde pública. Engraçado, né?! Para quem estava tão preocupado em recuperar a economia o governo da terra plana e da cloroquina, logo se colocou contra a vacina. Eu to na lista dos que prefere virar jacaré. Negacionismos a parte, uma coisa tudo isso me deu certeza: a questão da pandemia já era esperada pelos epidemiologistas, não é a toa que em tempo record já temos vacinas rodando por aí.


O que mais você precisa saber?
sse vai ser um tópico fixo com um mix de coisas boas da penca de abas abertas do meu browser. ;)
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Bom, como promessa de ano novo, vou manter a frequência quinzenal. Os temas vão variar bastante, já to terminando essa pensando na próxima, to só termimando de ler esses dois livros que citei lá começo pra levantar uma discussão bem profunda sobre a pauta antirracista. Também vai rolar uma leiturinha do Tarot em cima da carta regente do ano de 2021. ;)
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Beijos e feliz ano novo.
Lili